Gleen Recruta
| Assunto: A fuga de um jovem chamado Gleen Dom Fev 07, 2010 8:05 pm | |
| Inspirado pelo excelente trabalho de nosso amigo Vifibi, e também pela atitude louvável de nosso administrador Lani, ao começar escrever sua auto-biografia. Eu também estou escrevendo a minha. Capitulo 1 - Uma carta em um envelope- Spoiler:
A fria garoa que caia sobre a cidade de São Paulo fez com que os dois se refugiassem em uma pequena lanchonete do McDonalds, localizada em um ponto qualquer da Av. Paulista. Se dirigiram para uma mesa ao fundo, onde se sentaram, um de cada lado:
- Vou pegar algo pra comer, quer alguma coisa? - perguntou o primeiro
- Não, estou fazendo regime. - respondeu o segundo
O rapaz loiro levantou-se, tirou seu camisão vermelho e preto feito de flanela e o jogou na cadeira que estava ao lado de onde se sentava, caminhou até o balcão e pediu um trio bigmac com coca-cola.
- É pra já - disse a atendente
- Não tem pressa, não vou á lugar algum. - respondeu.
A atendente lhe entregou o pedido alguns minutos depois, e o rapaz loiro a agradeceu com um singelo e tímido sorriso, ele já havia esquecido como demonstrar gratidão e não conseguia dizer "obrigado". Pegou a bandeija e voltou ao seu lugar, se sentou, e pegando o bigmac com as mãos o mordeu, vagarosamente, como se tentasse absorver cada centimetro de sabor que seus dentes alcançavam.
O outro então, tirou seu paletó e o colocou sobre a cadeira que estava ao seu lado, de maneira meticulosa e organizada, tentando não amassá0lo ou sujá-lo no processo, tirou um maço de cigarro batido do bolso de sua camisa e acendeu um, o ultimo cigarro do maço e o levou até a boca.
- Você vai me contar a verdade agora Math? - disse enquanto soltava a fumaça da tragada que dera
- Tudo o que disse é verdade. - fez uma pausa para dar outra mordida no bigmac - Vocês que não acreditaram
- Não fale de boca cheia.
Math acenou com a cabeça indicando que havia entendido o recado, e mastigou toda a comida que estava em sua boca antes de prosseguir a conversa:
- Olha oficial Willian, já contei tudo o que sabia.
- Não contou não, Matheus. - disse enquanto dava uma tragada no cigarro - Você não disse que foi você que encontrou o corpo.
- Como você sabe disso? - Matheus perguntou espantado
- Eu não ganhei o apelido de farejador atoa meu jovem. - disse o detetive ostentando um sorriso sarcástico que tomava conta de toda sua face negra.
A verdade era que Willian era um detetive famoso por suas táticas em interrogar suspeitos e seu dom em notar detalhes que outros notariam, e assim, conseguira desvendar facilmente a mentira contada por Matheus em seu depoimento.
- E então, vai me contar a verdade agora? - perguntou novamente
- Eu já disse toda a verdade! - Matheus gritou fazendo com que todos presentes na lanchonete o ouvisse e voltassem suas atenções para os dois. - Tirando essa parte de que foi eu quem ligou, eu juro, contei toda a verdade!
- Acalme-se, você está chamando muita atenção garoto. - Willian disse calmamente de forma que Matheus se sentou sem responder sequer uma palavra
Matheus então, retirou seus óculos de sol e mostrou seus olhos, negros como uma jaboticaba madura, fechou o óculos e o colocou sobre a mesa enquanto dizia:
- Como que já disse, o corpo foi encontrado na sua sala.
- E como eu disse, ele dividia o apartamento comigo. - Matheus me respondeu
- Então não há nada mais para me contar?
- Bem... - Matheus disse meio desconcertado - tem essa carta, direcionada para os pais dele.
Willian abriu outro sorriso, mas agora não era de sarcasmo. Era um sorrio vitorioso, digno de um caçador que encurrá-la sua presa e se prepara para devorá-la. Ele pegou a carta das mãos de Matheus e disse:
- Então existe uma carta. - e deu mais uma tragada no cigarro enquanto abria o envelope - Vejamos...
Willian retirou a carta de dentro do envelope, um chumaço de folhas sulfites escritas com caneta negra á mão, e começou a ler em voz baixa, de forma que Matheus pudesse ouvir também:
"Aos meus pais, eu peço desculpas, mas esta é a história da minha vida. Todos meus motivos estão escritos aqui, não quero que chorem nem se sintam culpados pelo que fiz. Essa era minha única saída, minha fuga. A fuga daquele que não aguentava mais a vida que levava e não conseguir mudar. A fuga de um jovem chamado Gleen."
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