No censo de 2010 constatou-se que no Brasil os 10% mais ricos ganham 39 vezes mais que os 10% mais pobres. Aquela cerimônia de sempre: comemorou-se a queda da desigualdade, mas com pesares de que ela ainda é assim tão abismalmente grande. O gap seria insustentável. A desigualdade de renda seria a raiz de todos os males.
Sempre que começo a ouvir dessa ladainha de desigualdade me vem à mente esse vídeo:
"What the honorable member is saying is that he woud rather the poor were poorer, provided the rich were less rich".
Margaret Thatcher foi uma política britânica que por 11 anos foi primeira ministra do Reino Unido, e nesse período iniciou uma série de reformas, desmontando o governo altamente socializante, paternalista e intervencionista que lá havia se instalado depois de décadas de incubação. Era algo como o Brasil ou a Argentina de hoje. Thatcher ficou conhecida como a Dama de Ferro pela dureza com que enfrentava ideias e práticas socialistas. Era uma badass.
Nesse vídeo a Dama de Ferro não poderia estar mais correta na sua análise. De que me importa quantas vezes mais ricos são os mais ricos em relação aos mais pobres? O problema da pobreza não é essa diferença, mas, por incrível que pareça, a pobreza em si! A pobreza absoluta! Uma pessoa pode ter uma pobreza relativa de 1/1000 quando comparada com outra e viver muito bem assim, por que não? O que é deplorável é gente morrendo de fome e frio na rua, não criança chorando porque queria Pringles e não Fofura.
Isso fica bem evidente nos Estados Unidos, o melhor país do mundo: lá o pobre médio vive melhor que o cidadão europeu médio. Só de amenidades o americano pobre mediano tem ar condicionado, computador com internet e impressora, mais de uma tv, tv a cabo e dvd, geladeira, fogão com forno, lavadora de louça, microondas, lavadora de roupas e secadora, ventilador de teto, celular, telefone sem fio e cafeteira. O critério deles pra classificar alguém de "pobre" é ganhar menos de R$3082,00 por mês (mas quando adicionamos todos os benefícios governamentais, calcula-se que esse valor seja de R$5763,50 - mais do que a média dos 10% mais ricos no Brasil!!!).
O que não impede essa galera da desigualdade de reclamar, claro. Por exemplo, tá rolando por lá um movimento popular chamado Occupy Wall Street, que é basicamente um monte de gente acampando perto da paulista pra protestar contra a riqueza dos ricos... Sério. É um balaio de gatos de ideias, e por isso o troço não tem uma direção exata - o que se sabe com certeza é que eles estão protestando contra alguma coisa. Mas existem sim pontos em comum entre os revoltosos, até porque a inclinação geral do movimento é esquerdista, e um desses pilares é a clássica repulsa à desigualdade de renda, que eles consideram insuportável. Nos Estados Unidos da América. Vê se pode! É um reflexo condicionado já: se todo mundo não estiver nadando no mesmo mar de lama, algo está errado.
Comunistas... pff!
Internacional:
Spoiler:
Mundo Descontente por Gabs
Somada com a porradaria que anda acontecendo no Egito, na Itália, na Grécia, Chile, entre outros lugares, agora o lugar da vez é o EUA: um bando de desocupados americanos que se dizem anticapitalistas(veja só!) resolveram se reunir para protestar no coração do capitalismo estrelado contra a desigualdade econômica nesta quinta feira, 17. A manifestação é uma resposta à repressão de dois dias antes, quando policiais expulsaram centenas de manifestantes do Parque Zuccotti, Manhattan.
Até as 10 da manhã, o número de detidos já chegava a 50 - a maioria por resistência a prisão.
Os homens da lei trabalharam para por ordem na bagunça, cuja intenção era bloquear a passagem dos trabalhadores que precisavam chegar a bolsa para exercer suas funções, formando uma massa anticapitalismo na rua.
Felizmente, o número de solidários à causa é pequena. Um porta-voz disse que esperavam dezenas de milhares de manifestantes neste dia, porém só centenas compareceram de fato. Toma essa!
Os desordeiros argumentam que enquanto o governo ajudou os bancos com bilhões de dóalres, o que possibilitou que estes continuassem obtendo grandes lucros, enquanto a população prejudicada continuam sofrendo com a economia dificil e o desemprego histórico. Afinal, esses comunistas queriam o que? Que distruibuíssem grana pra galere e deixar os pilares bancários do capitalismo ruir? Como assim?!
Eu não sou especialista em economia, mas acho que é muito mais importante impedir bancos de quebrarem do que atender às reinvidicações imediatas de uma parcela da população. Talvez se eles fossem procurar emprego em vez de protestar, eles conseguissem um emprego.
Cotidiano:
Spoiler:
Lula raspa cabelo e barba por Headbanger
No dia 28 de Outubro deste ano, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe, que com auxílio do fumo e da cachaça tomou posse da disposição do ex-presidente.
O tratamento por quimioterapia começou no dia 31 de outubro no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A ex-primeira-dama Marisa antecipou um dos efeitos do tratamento tosando o pelo de Lula e a barba, sua "marca registrada" (que como todos sabem, não é a barba, mas sim a cara de safado, que continua a mesma como mostram as imagens).
Tarso Genro, tentando fazer um favor a humanidade, presenteou Lula com uma garrafa de vinho tinto em uma visita ao ex-presidente na terça-feira, mas os médicos o proibiram de ingerir álcool. Os dois discutiram assuntos políticos.
Diz-se que a empresa Gillete ofereceu R$ 1 milhão para que o presidente fizesse a barba com um de seus produtos, como tem oferecido a alguns famosos barbudos a fim de fazer publicidade. O dinheiro foi doado pelos ex-barbudos a instituições de caridade. A empresa nega ter negociado com Lula, que deve ter pego o dinheiro só pra ele.
Pois devia ter tido câncer logo no começo do mandato e ter se tratado no SUS. Quem sabe ele decidia investir melhor na saúde do Brasil ou morria de uma vez?
Ciência / Tecnologia:
Spoiler:
Deuses Americanos por Lani Romée
Lá pro começo do ano, o governo chinês e o google entraram no ringue. Explico: Todo mundo sabe que o sítio de busca do Google era obrigado a censurar alguns resultados de pesquisa por restrições legais do país semi-comunista. Depois de uns ataques aos seus servidores por hackers com conexão sino-governamentais, a Google rebateu com um ultra-combo: Redirecionou o google.cn pro google.hk, de hong kong, que não é censurado. Aí a casa caiu e a empresa acabou deixando o país.
Esse tipo de bloqueio por DNS aos moldes chineses usado para controlar o conteúdo da internet agora ameaça também o mundo ocidental: Nessa última quarta-feira, dia 16 de novembro, o projeto de lei H.R. 3261 foi ouvido no Comitê Judiciário da Câmara dos EUA. Esse projeto ganhou o apelido de "SOPA": Stop Online Piracy Act, e, ao que tudo indica, vai acabar sendo aprovado.
A intenção do legislador é nobre: o SOPA vem para proteger a propriedade intelectual, tanto pra softwares quanto pra conteúdo artístico ou de mídia distribuidos gratuitamente (e de maneira ilegal) pela internet. De acordo com os dispositivos do SOPA, bastaria aos ofendidos acionarem a máquina jurídica para que seja realizado o bloqueio, que imediatamente barra o ip de sites que contenham todas essas porcarias que a gente gosta de baixar como música, filmes, seriados, jogos, quadrinhos, livros, programas e clipes, assegurando a proteção dos profissionais que detém de seus respectivos direitos. O projeto de lei agrada a gregos e troianos, republicanos e democratas, e, pasmem, até Microsoft e Apple estão se dando as mãos nessa jornada.
Do outro lado do ringue, porém, e por motivos mais do que evidentes, estão pesos-pesados como o YouTube, Facebook, eBay e claro, o paladino do software livre, o freedom fighter, salve salve nosso campeão colorado, pai nosso que está nos céus, o gigante Google! Argumentando que o SOPA acabaria por invadir a privacidade dos usuários virtuais, seja por meio de vigilância ao que é postado em blogs ou redes sociais e até pelo prometido monitoramento de conteúdos de email enviados e recebidos, esses guerreiros da liberdade de expressão representam uma luta bonita mas fadada ao fracasso; são trezentos de esparta contra um milhão de povos persas cujas flechas cobrirão o sol. Vão perder. Vamos perder.
E vamos perder por ignorância. A indústria musical independente já se adaptou, há muito tempo, ao modelo ditado pela geração internet. Não me soa razoável, portanto, que o Estado venha interceder nas relações de consumo da era digital de gente que ainda não aprendeu a nova dança por pura teimosia ou falta de imaginação. Como conclusão, passo o microfone para um cara bem mais foda do que eu, e que tem muito, mas muito mais propriedade pra falar sobre o assunto:
Damn straight.
Rage:
Spoiler:
Gota D'Água 0/10 por Popocake
Acho que boa parte do pessoal aqui já deve ter visto esse vídeo ou pelo menos viu alguém postando/comentando sobre ele. De minha parte, só de saber que a "classe artística" está se mobilizando eu já dou dois pulos pra trás: Boa coisa não é. E, como de praxe, o bom senso não desaponta.
O roteiro dos globais dispara pra todo lado e em algumas partes sou até obrigado a concordar com eles, mas estes são argumentos de faixada, para atrair mais desavisados à causa ambientalista, como fica bem claro no manifesto do projeto. Desperdício de dinheiro público... População ribeirinha... Índios..?! Nah! O que realmente importa para o Gota D'Água é o tal do "desenvolvimento sustentável" (palavrinhas mágicas que só significam "empobrecimento progressivo"). Exagero? Absolutamente! É só ver a proposição alternativa dessa gente: energia eólica e solar, justamente as matrizes energéticas mais caras e ineficientes de que a humanidade dispõe no momento.
Pra vocês terem noção de como essa gente é desonesta, olha como eles colocam a questão do financiamento das obras da usina logo no começo. Concordo, é um absurdo pegar o nosso dinheiro pra dar crédito subsidiado a empresas amigas dos reis para cobrir 24 bilhões das obras. Mas só este ano o governo chupinhou 1 trilhão e 200 bilhões de reais dos pagadores de impostos (e uma boa parte dessa grana foi pro bolso desses artistas aí na forma de "incentivo à cultura"). Se é por conta de impostos esses atores deviam estar se mobilizando faz tempo! Agora olha a desproporcionalidade de atenção que essa galera dá a certas questões: considerando que a amazônia tem mais de 5 milhões de km², qual o impacto real de dizer com a voz sombria e num close dramático "a usina de Belo Monte vai alagar. Inundar. Destruir. 640km² de floresta amazonica"? Será que é a usina que vai "arruinar um ecossistema dessa magnitude"? Certamente que não.
Perto de 2 minutos de vídeo uma moça conclui que energia hidrelétrica só seria limpa se fosse no deserto. Muito importante! A consequência real desse posicionamento é que qualquer ação do homem na natureza é predatória e indesejável, a menos que seja feita no deserto. Esse é o verdadeiro desejo desses ambientalistas: colocar todas as pessoas no meio do nada para que os peixinhos e as árvores possam viver sossegadas. Que se dane o ser humano. Isso é desenvolvimento sustentável.
Última edição por popocake em Seg Dez 05, 2011 12:05 pm, editado 3 vez(es)
Lani Romée Major
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Dom Nov 20, 2011 1:31 pm
Frank Miller, de 300 de Esparta e Sin City, recentemente mandou o Occupy Wall Street tomar no cu. Chamou todo mundo de vagabundo, desocupado, comunistinha pré-adolescente que devia ter apanhado em casa, que é bem o que eles são mesmo, tipo o espelho de invasorzinho de reitoria da USP. Aí, pra vocês verem como comunista é metido a besta, choveu enxurrada pro roteirista com mensagens do tipo "você morreu pra mim" ou "não respeito mais você e nunca mais vou ler nada do que você escrever". Que idiotice! Como se eu deixasse de dar o devido valor às boas obras do anarquista-adorador-de-serpentes-egípcias Alan Moore. Essa exigência de alinhamento ideológico que parte da esquerda é um dos sinais de que o seu pensamento beira o religioso - "ou você pensa exatamente igual a cartilha comunista, ou é contra mim". Só um Sith vê em absolutos.
O que nos leva pra matéria do Gabs. A galera usando máscara de Guy Fawkes pra levantar piquete a troco de nada deve encher o Alan Moore de orgulho.
Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Dom Nov 20, 2011 6:20 pm
Uó, curti o Hacredão.
O Rit não entregou a matéria?
Gabs Capitão
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Dom Nov 20, 2011 8:34 pm
Não, mas só eu que levo a culpa. :D
Enfim. Esse lance da pirataria ai. Sei não, eu sou meio inclinado a favor de defender a propriedade intelectual e tal, mas ao mesmo tempo acho que as industrias precisavam sim se adaptar a nova realidade. Que ceis acham?
Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Dom Nov 20, 2011 9:39 pm
nós nem esperávamos essa do rit.
mas então, eu acho que dependendo do autor nem vira defender muito, até porque nessa realidade que estamos ele não vai conseguir muita publicidade desse jeito. mas se for uma empresa que já tem boa fama, é até cabível.
aí tem os caras que usam a preguiça da galera pra vender. minecraft, por exemplo, eles deixam a galera jogar versão não-oficial sem reclamar. pra jogar online é mais interessante comprar o jogo, porque pra conseguir abrir um server numa cópia não-oficial exige vontade e paciência pra fazer toda a pirofagia necessária.
popocake Tenente-Coronel
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Seg Nov 21, 2011 8:58 am
tá rolando por aí um vídeo-resposta de uma moça random ao gota d'água:
desnecessário dizer que ela tá mutcho loca né? a moça inverte completamente a coisa e diz que são os interesses econômicos que move os globais, não os argumentos acessórios do ambientalismo... quando é obviamente o contrário
sem contar essa paranoia toda antiamericana e antichinesa, como se os gringos não tivessem mais o que fazer da vida
Última edição por popocake em Seg Nov 21, 2011 5:48 pm, editado 1 vez(es)
popocake Tenente-Coronel
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Seg Nov 21, 2011 1:48 pm
Sobre o texto do Lani, tem uma discussão bem interessante no campo intelectual sobre a existência dos direitos autorais.
Hoje em dia quem tem uma boa ideia pode patenteá-la e ter a propriedade intelectual do que criou.
Mas aí veio uma galera dizendo uns que a propriedade privada só existe para balizar bens escassos, isso é, quando o dono de uma coisa é privado de algum direito seu quando outra pessoa está usando essa mesma coisa. Se você compra um livro e empresta pra um amigo ler, você não pode ler enquanto ele estiver emprestado, por exemplo. Mas essa galera continua: não faz sentido haver direitos de propriedade para bens não escassos, porque uma pessoa pode copiá-los na sua inteireza e isso não faz com que o seu idealizador perca nada no processo. Se ao invés de um livro você adquire um arquivo pdf com seu conteúdo, por exemplo, você pode mandar cópias por email a todos seus amigos e todos podem ler ao mesmo tempo sem problemas.
Imaginem que dois hipsters estejam trabalhando cada um no seu canto e os dois tenham a mesma ideia pra um jogo indie, por exemplo. Por que só aquele que obteve a patente primeiro deve ter direito a 100% dos frutos do seu trabalho? É claro que a implicação direta disso seria que qualquer um poderia dizer "eu inventei isso e isso" pra vender sua própria cópia do jogo. E eis aí que começa a crítica a esse grupo:
Veio uma outra galera dizendo "tá tudo errado". A presunção de que bens não escassos podem ser copiados sem haver nenhuma perda no processo é verdadeira, mas ela ignora que o criador da ideia copiada está SIM perdendo uma coisa: tempo. O hipster do jogo indie ou o autor do livro lá dedicaram uma parcela considerável de tempo para produzir essas obras, tempo este que poderia ter sido usado pra qualquer outra coisa, e não seria justo que ele não fosse remunerado. O princípio aqui é o mesmo que justifica os juros dos empréstimos: quando um cara pega um dinheiro emprestado com seu pai a sua família fica impossibilitada de usar esse dinheiro até que o cara o pague - se nesse ínterim aparecem ótimas oportunidades de investimento, como um xbox 360 por 40% do preço, seu pai pode não poder comprar porque ficou sem dinheiro, por exemplo - e é esse tempo, essas possibilidades perdidas, que é remunerado pelos juros que seu pai cobrar. Então faz todo sentido que a propriedade intelectual exista para que o criador da ideia possa se remunerar com o monopólio dela por um determinado tempo.
Os defensores da primeira ideia apontam pro mundo da moda e dizem "olhem só como a liberdade de autoria funciona bem: gasta-se bilhões todos os anos em designs que são copiados o tempo todo". Os defensores da segunda apontam para a indústria farmacêutica e dizem "esse pessoal gasta bilhões todos os anos em pesquisa, que só são pagos por causa das patentes".
E a indústria do entretenimento fica meio perdida entre que modelo funciona melhor para eles.
Gabs Capitão
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Seg Nov 21, 2011 2:12 pm
É, é muita pirofagia mesmo esse assunto.
Eu concordo que, de fato, o tempo que alguém utilizou para produzir algo deveria ser remunerado, porém, eu acho que o argumento de que "duas pessoas fazendo a mesma coisa em dois cantos do mundo" seja bem mais válida pra mostrar como é meio idiota isso.
Mas é claro, acho que cada indústria tem suas peculiaridades. Por exemplo, na indústria de música, jogos, filmes, enfim, toda essa parte multimídia, duas pessoas podem até começar a produzir algo a primeira vista "igual", mas dificilmente resultará numa mesma coisa.
Mas atualmente, o que de fato entra na lei para poder garantir um direito autoral?
Lani Romée Major
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Seg Nov 21, 2011 2:54 pm
O problema de qualquer um dos modelos citados ou qualquer outro mais velho que tente estabelecer o ordenamento que rege a propriedade intelectual é a inocência, a falta de visão para entender a era digital e a geração da informação.
O que ocorre hoje na indústria musical independente não reflete o que acontecia há sessenta, setenta anos atrás, na era do rádio. Quem de vocês sequer ouve rádio? Eu sei que EU não ouço. Hoje, qualquer idiota tem acesso a informação e dispensa esse meio de comunicação pra ficar sabendo de novidades, preferindo acompanhar em sítios virtuais ou mesmo pelo boca-a-boca de gente mais bem informada.
As bandas independentes não tentam mais lutar contra o download gratuito, mas também não tentam ganhar dinheiro em cima de CD. Esse modelo é o modelo que funciona. Hoje em dia, muitas bandas preferem disponibilizar todas (ou pelo menos, algumas) musicas em mp3, dando ao consumidor a oportunidade de adquirir também uma cópia física, porcarias como camisetas e bonés, edições especiais... E o grosso do dindin vem é de show mesmo. Eu tenho uma coleção enorme de mp3s, mas também tenho uma coleção enorme de discos e porcariazinhas de bandas. Vocês podem reparar que mesmo as bandas mais antigas, que antes lançavam disco e ficavam coçando o saco fazendo uns showzinhos minguados perto de casa, hoje passam o ano inteiro em turnê. E É ASSIM MESMO QUE TEM QUE SER! Além do músico ter que pelejar pra garantir o sustento, aumentam as chances pro fã de qualquer canto fim-do-mundo de ver tocarem ao vivo a sua música favorita da banda mais obscura.
De qualquer forma, quem ganhava mais dinheiro com o modelo antigo fonográfico não eram os músicos, eram as gravadoras. Assim como ninguém sente dó do mundo que não precisa mais de datilógrafos, por que deveriamos abraçar a causa das grandes gravadoras? O tempo deles já era, pô. Hora de se atualizar.
É a mesma coisa com jogos, acredito eu. Antigamente existia o modelo de "demo" de jogos, que era um modelo que funcionava bem porque ninguém tinha acesso a nada. Até o Gabs aí, dizendo que está inclinado a defender os direitos intelectuais... mas é o primeiro a baixar SKYRIM. O mundo funciona dessa forma agora: Caiu na rede, é de todo mundo. Como as empresas devem se proteger, então?
Seguindo o exemplo da indústria musical. Em vez de comprar briga com os piratas, entender que a distribuição gratuita faz parte da cultura popular. Mais importante: a nova geração de consumidores não se sente mais obrigada a arriscar comprar um produto sem saber se é bom ou não. Muita coisa já tem sido feita para garantir que quem faz o jogo ganhe dinheiro: DLC, por mais infame que seja entre os jogadores, é uma boa idéia. Edições especiais, conectividade e outros incentivos são o verdadeiro caminho.
O que não pode, e isso deve ficar claro, é ganhar dinheiro às custas do trabalho alheio. Eu sou a favor da distribuição gratuita, sim, mas sou contra pirataria no sentido de comprar de camelô. Eu não compro jogo pirata, eu baixo. E, se eu fosse gente de bem, compraria depois o original.
popocake Tenente-Coronel
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"Amazon, Google, eBay, AOL e Facebook teriam fechado um acordo, onde todos eles tirariam seus sites e serviços do ar por 24 horas em uma escala global, em uma forma de protesto contra o SOPA"
Abner Recruta
Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Sáb Jan 21, 2012 9:47 am
fuck pirataria. as empresas não perdem bilhões, apenas deixam de ganhar outros. se não querem pirataria, se acostumem e se adaptem a nova realidade. wake up, ainda existem modos de arrancar dinheiro da gente.
Finlândia, França, Irlanda, Itália, Portugal, Romênia, Grécia e Polônia assinaram nesta quinta-feira, 26, o Acordo Comercial Anti-Falsificação, o Acta (Anti-Counterfeiting Trade Agreement, na sigla em inglês).
Com a adesão desses países – todos membros da União Europeia – a lista de signatários engrossa para além dos criadores originais do acordo, como Estados Unidos, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Marrocos, Cingapura, Austrália e Nova Zelândia.
O Acta é negociado desde outubro de 2007, quando Canadá, Austrália, membros da União Europeia, Japão, Coreia, México, Marrocos, Nova Zelândia, Cingapura, Suíça e Estados Unidos começaram a se reunir para definir um padrão internacional pela defesa da propriedade intelectual e contra a falsificação e pirataria. Em outubro de 2010, as discussãos se concluíram e, no mesmo período do ano seguinte, o círculo de países assinou o acordo, deixando-o em aberto para novas adesões até 1º de maio de 2013.
popocake Tenente-Coronel
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Qui Jan 26, 2012 5:41 pm
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1208
Citação :
Logo, o que está por trás de tudo isso? Tudo se resume a alguns poderosos lobistas da indústria do entretenimento tentando impedir o surgimento de um sistema alternativo de fornecimento de música e de outras artes; um sistema gerido pelas pessoas, e não pelos bem conectados com o poder.
A grande glória da internet é essa sua aparentemente mágica capacidade de distribuir universalmente informação de todos os tipos, em capacidade infinita. A ideia por trás da regulamentação estatal sobre a difusão de informação — algo que data do século XIX — é que tal atividade é profundamente perigosa e deve ser interrompida a todo custo. O estado não gosta de ver a circulação de informações não chanceladas. Logo, é inevitável que os poderes constituídos tentem fechar a internet ou restringi-la ao máximo. Leis de direitos autorais são apenas a desculpa mais conveniente.
Estamos em uma batalha cujos antagonistas estão bem definidos: de um lado, aqueles que acreditam que a era digital deve existir em uma atmosfera de liberdade de expressão, liberdade de associação, livre empreendedorismo e direitos de propriedade genuínos; de outro, aqueles que acreditam que ela deve ser controlada pelo governo em conluio com magnatas decadentes de uma mídia decrépita, oligarquista, corporativista e monopolista. As fronteiras estão claramente delineadas e a batalha está ocorrendo em tempo real.
popocake Tenente-Coronel
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Ter Mar 06, 2012 8:38 am
considerando os efeitos negativos que a eventual aprovação do SOPA teria sobre e o funcionamento e o desenvolvimento da Internet no Brasil;
considerando a maciça reação da Comunidade Internet, posicionando-se contrariamente ao SOPA e, em especial, tendo em vista os protestos ocorridos em toda a rede no dia 18 de janeiro de 2012, e
levando em conta, sempre, os princípios enunciados no Decálogo de Conceitos do CGI.br, conforme publicados na Resolução CGI.br/RES/2009/003/P – PRINCÍPIOS PARA A GOVERNANÇA E USO DA INTERNET,
entende que a implementação das medidas previstas no SOPA violaria diversos dos princípios enunciados no Decálogo de Conceitos do CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil lançou hoje uma resolução a respeito do SOPA, condenando-o. Quando ouço falar em comitês e órgãos de regulamentação eu confesso que sempre penso no pior que pode vir por aí, mas dessa vez tive uma boa surpresa.
Recomendo que deem uma olhada, o texto é curtinho.
Lani Romée Major
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Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Ter Mar 06, 2012 4:13 pm
Galera bastante atualizada esses brasileiros.
popocake Tenente-Coronel
Registro : Bolo : Humano : Admin 1 / Procrastinador 16 / Marvel zombie 9
Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Ter Mar 06, 2012 5:07 pm
querer celeridade de um órgão estatal já é demais né
popocake Tenente-Coronel
Registro : Bolo : Humano : Admin 1 / Procrastinador 16 / Marvel zombie 9
Assunto: Re: Hacredão #1 20.11.2011 Qua Mar 07, 2012 8:17 pm
Pai da 'mordaça digital' presidirá comissão de Tecnologia da Câmara
O deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) foi eleito nesta quarta-feira, 7, por unanimidade, presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática. A escolha de Azeredo provocou reações entre ativistas da liberdade da internet porque o tucano foi o relator no Senado de um projeto chamado de “mordaça digital” por este movimento. A proposta polêmica de Azeredo está pronta para votação justamente na comissão que será presidida por ele.