O verdadeiro espírito maker
Já parou para pensar por que é que essa paixão por um simples software de fazer jogos é tão grande dentro de você mesmo? Por que será que nós nos sentimos tão envolvidos com isso? Afinal, por que é que criamos jogos? Talvez não seja possível responder a essas perguntas, mas pode ser possível encontrar os fragmentos que se unem para expressar este sentimento oriundo de nossos eus interiores.
Em essência, nós apenas traduzimos toda a linguagem da nossa imaginação, imaginando o inimaginável, criamos linguagens inexistentes, sem se preocupar com as barreiras, com os limites e tão pouco com os possíveis obstáculos inseparáveis do chão da trajetória. Assim como quando compomos uma música, escrevemos um poema ou pintamos uma tela.
Visando o lado Maker, CRIAR é a palavra. É mais do que satisfatório para nós mesmos poder criar um mundo onde são refletidas as nossa principais vontades, nossas idéias e todos os nossos conceitos. Ao criar uma estória, não só um RPG, mas o conceito em geral, estamos criando um novo mundo, uma nova história, onde não precisamos seguir leis ideais ou determinados fatos. Estamos inventando lugares, novas paisagens, novas pessoas, novas línguas, novos povos, e dando vida à uma outra dimensão completamente e exclusivamente NOSSA, a partir do que nós acreditamos. É isso que fazemos ao criar um jogo, no nosso caso, um RPG: brincamos de ser Deus, tudo se submete à nossa vontade. Agora, deixar que outros possam explorar este nosso mundo, cabe a nós mesmos.
- Citação :
- “Para muitas pessoas, programar é em si um ato que implica em muito prazer. É o maior atestado que se pode obter sobre poder, conhecimento e controle daquela que é a máquina das máquinas: o Computador - a suprema invenção do homem.”
Por que sentimos prazer ao fazer isso? Simples. Pois, resumindo o que antes foi dito, nós estamos colocando parte de nós mesmos dentro daquilo. E todos têm amor próprio, não? Nós estamos “controlando” tudo do jeito que queremos que seja. E isso nos diverte. Só que não podemos deixar o espírito que carregamos para trás!
Absolutamente, para nós Makers, é prazeroso compartilhar com todo mundo os nossos diferentes mundos (seja grátis ou não, no nosso caso, é sim). Definindo a comunidade, seríamos uma espécie de universo, onde todas as galáxias seriam os projetos criados pelos membros. Porém, infelizmente, ainda possuímos muitos universos sem nexo e vários inacabados e abandonados.
Para os “Deuses” que agora estão aprendendo a ministrar vossa ferramenta de criar “mundos”, seguem-se algumas palavras. Não deixe, JAMAIS, este prazer que você sente por simplesmente criar um mapa, um personagem, ir embora. Não deixe que este espírito e esta vontade de terminar uma história contada pelo seu jogo acabe. Não deixe que o frio na barriga de pensar no final da sua estória se esgote. Nunca permita que criar um jogo de RPG se torne algo cansativo e/ou obrigatório, faça isso sempre por prazer e vontade próprios.
Não deixe o SONHO maker morrer, afinal, acredito que muitos de nós sonhamos em um dia ter um jogo oficial, e, acima de tudo, não se esqueça do que se trata um RPG!
Um jogo de RPG não é algo que simplesmente abrimos, jogamos e fechamos. Trata-se de um mundo inteiro a ser explorado e pessoas a serem descobertas, onde o protagonista é você e seus companheiros são quem a história decidir ser.
Infelizmente, nem todo mundo enxerga isso, e o conceito pode vir a mudar, ou a ter ambiguidade: um RPG clássico e um RPG nova era, o que seria um caos, em minha opinião. Mas cabe a nós não deixar que isso aconteça…
Acima de tudo, nunca deixemos morrer o verdadeiro espírito Maker! Porque é ele que vai nos guiar para o trilhar do sucesso e nos auxiliar no processo de criação de um clássico Rolling Playing Game. Espero que tenha conseguido emitir a mensagem da forma que queria. Um abraço a todos!