Bolsa-estupro
por Headbanger


Está tramitando no Congresso um projeto de lei para combater o aborto em gestações causadas por abuso sexual. Querem dar um salário mínimo à mulher por 18 anos, para que ela possa cuidar da criança. O projeto também oferece uma consulta com um psicólogo, que deve convencer a mulher a cuidar da criança. É assim que vai ser tratada a questão do estupro, caso o projeto seja aprovado: com dinheiro.

Henrique Afonso, o deputado cristão responsável pelo projeto, diz: "O aborto, para nós evangélicos, é um ato contra a vida em todos os casos, não importa se a mulher corre risco ou se foi estuprada". E não é um ato contra a vida da mulher deixar ela correr o risco? Imagina, então, toda manhã, quando ela olhar para a criança que tem características físicas do pai e lembrar do que ele fez com ela? Acho que o melhor jeito de salvar uma vida é deixar a essa mulher a opção de abortar ou não.

Ele acrescenta: "se, no futuro, a mulher se casa e tem outros filhos, o filho do estupro costuma ser o preferido. Tem uma explicação simples na psicologia feminina: as mães se apegam de modo especial aos filhos que lhes deram maior trabalho". Talvez. Mas assim ele tá pensando só na mãe, não no filho. Se eu tivesse sido fruto de um abuso sexual, eu viveria me sentindo mal por saber que a minha mãe foi obrigada a cuidar de mim, não por amor, mas por lei.

As maioria das reações vieram de organizações feministas, defendendo que a democracia é o direito da escolha. O deputado responde às reações dizendo: "O Estado deve garantir o que pensa a maioria e acredito que a maioria dos brasileiros acredita no que Deus prega, que é o direito à vida". Nessa... eu vou de feminista.

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por Lani Romée


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McPagliacci
por popocake


http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2011/12/07/McLanche-Feliz-da-multa-de-3-mi-.html



O McDonald's é uma dessas instituições que serve como divisor de águas na nossa vida. Não se pode ser indiferente quanto ao McDonald's: uns amam, uns odeiam, outros só gostam da batatinha e tem aqueles que preferem o Burger King. Não é que nem o Bob's ou o Giraffa's, que são sempre lembrados como "ah é, tem esses também". E devido à importância crucial que o McDonald's tem na formação do nosso caráter, é impossível ficar indiferente quando ele está sob ataque.

Seguindo uma tendência americana, nos últimos anos a sociedade (isso é, a imprensa e seus grupos de pressão) abriu os olhos para os males da obesidade, e logo depois para os males da obesidade infantil. Pessoais normais pensaram "mas que merda de pais são esses que não cumpriram o seu trabalho?"... já uma parcela mais intrometida da população pensou "temos que acabar com a obesidade infantil!". Algumas reportagens, alertas e campanhas de conscientização se seguiram até que esse grupo de ativistas percebeu que não estava dando certo; mais e mais crianças obesas apareciam a cada ano. Resolveram então mudar de estratégia, de foco e partiram então para um aproach mais autoritário; se atacar a demanda não parecia surtir efeito, começaram a atacar a oferta.

O caminho estava traçado, a estratégia estava definida: o alvo eram as franquias de fast food. Ocorre, porém, que essa galera podia obrigar as redes de lanches a exibir índices calóricos o quanto quisessem, ninguém liga pra essas coisas. Pra realmente balançar o negócio da comida rápida não bastava dizer que ele era vilanesco, era preciso ter respaldo na lei para dizer que ele era criminoso. Afinal de contas, se a lei diz que algo é ruim, então esse algo deve ser ruim, certo? E então surgiram com a ideia de atacá-las por uso abusivo de publicidade pela associação que algumas redes faziam em suas promoções de brinquedos com seus lanches. O McLanche Feliz.



É claro que essa abordagem estava sendo infrutífera para as nossas babás, então elas desenvolveram uma nova teoria, a de que a venda de brinquedos com lanches era venda casada (quando você só pode adquirir um produto se comprar um outro). E é com base nessa tese que o Procon multou essa semana o McDonald's em 3,192 milhões de reais. Certamente a rede já havia se ajustado a essa estratégia e há muito tempo que podemos comprar os brinquedos do McLanche Feliz separadamente (por preços que às vezes chegam a ser quase o da própria promoção, o que, somado ao fato de que a promoção não varia de preço conforme os brinquedos oferecidos, prova que de fato se trata de um brinde), mas parece que para o procon isso não descaracteriza a venda casada, sabe-se lá por quê. Ah, eu sei: Porque o problema não é o brinquedo, mas o lanche!

Não importa que muleta essa gente use, o que importa é acabar com o fast food. O que não faz sentido nenhum, já que qualquer comida de restaurante é tão calórico quanto um Big Mac, até mais. Mas fast food é mais barato, e por isso mais popular. Esse é o grande crime do McDonald's que essa galera não admite: conseguir alimentar bastante gente com um bom atendimento e um preço razoável. Eles nunca vão negar que é responsabilidade dos pais cuidar da alimentação dos seus filhos, mas serão os primeiros a dizer que se essa escolha não for o que eles consideram "saudável", então ela deve ser combatida.

Eu não sei vocês, mas eu cresci adorando o McDonald's. Ir ao Mc era um prêmio que recebíamos quando fazíamos uma coisa bacana. Escolher o Big Mac ao invés do McLanche Feliz pra mim foi como dizer adeus à infância. Quando uma pessoa diz que não gosta ou que prefere outro, ok, não vou implicar, até porque tem mesmo coisa melhor por aí... mas se alguém não diz nem que gosta nem que não gosta, só vira com aquela cara de nojo e diz "não é muito saudável né?"... Ah meu, aí só tem uma reação aceitável:

Kepler-22b
por Headbanger


A NASA confirmou a existência de um planeta habitável para nós terrestres, na nossa galáxia, há poucos dias. Ano passado, aliás, foi descoberto um planeta potencialmente habitável, o Gliese 581G.

O problema mesmo é a distância. Nós provavelmente nunca chegaremos em um desses planetas. O Gliese 581G está em uma distância significantemente menor da Terra que o Kepler-22b, descoberto mais recentemente. O Gliese 581G se encontra a 20 anos-luz daqui, enquanto o Kepler-22b está a 600 anos-luz. Não sabe quanto mede um ano-luz? Você conhece a velocidade da luz no vácuo: 300.000 QUILÔMETROS POR SEGUNDO. A Terra tem um diâmetro de 12.756 quilômetros, logo, a luz atravessaria nosso planeta em muito menos de um segundo, se esta não fosse um anteparo. Um ano-luz é a distância que a luz percorre durante um ano. Ou seja, longe pra caralho.

Se viajassemos na velocidade da luz, levaríamos, óbviamente, 600 anos para chegar no Kepler-22b e 20 anos para chegar no Gliese 581G. Outro fato interessante é sabermos que ao observarmos o Kepler-22b, por exemplo, nós o enxergamos como ele era há 600 anos, devido à distância que a luz tem que percorrer pra chegar até nós. É provável que o planeta não seja mais habitável, ou que algum asteróide tenha colidido com ele. São possibilidades infinitas que desconhecemos. Então deixe para comemorar sua saída do planeta Terra quando pudermos atravessar essa puta distância.

Presença de espíritos (e de corpos)
por Gabs


Existem duas coisas que eu sei que a maioria, senão toda galere daqui gosta: cinema e videogames. E falando sobre estas duas coisas, um ponto de convergência(vários, aliás, mas vamos nos ater a este) pode ser encontrado: a captura de movimento cada vez mais utilizada. Nos games é algo praticamente essencial, hoje em dia. E nos cinemas, sua utilização só vem aumentando também.

Algum tempo atrás, fui assistir "Planeta dos Macacos: A origem", e entre todas as coisas, o que mais me impressionou foram as cenas envolvendo os macacos - sua 'atuação'. Dias depois, lendo uma revista no trono, vejo uma entrevista com um tal de Andy Serkis. Quem? O cara que fez o macaco Caesar, protagonista símio do filme. E não foi só isso não: ele já foi e será, em 'O Hobbit', o Gollum de SdA, o Cap. Haddock, do novo filme do Tintin e o King Kong, da versão de Peter Jackson. Até aí tudo bacana, fiquei bem impressionado com o trabalho do cara, que já é o mais reconhecido nessas técnicas de captura de movimento.

Então me lembrei de uma discussão no chat, prévia ao lançamento do game 'LA Noire', em que a mesma tecnologia era discutida com avidez. Lembro que enquanto eu, Lani e outros mostrava-mo-nos favoráveis a idéia - que provavelmente exerceria papel chave na jogabilidade - o Dattz jogava uns argumentos nada convincentes para abolir a prática. E essa semana eu vi mais dattismo, quando li que havia uma petição(encabeçada pela FOX, se não em engano) para que Andy Serkis fosse indicado ao Oscar de 'Best Supporting Actor'. E aí a resposta da galera foi: "não dá pra premiar um ator que não 'está' no filme."

Como assim, meu?! Titanic, por exemplo, levou(levou!) Oscar de Melhor Direção de Arte e Melhor Fotografia, mas eu tenho certeza que metade do que vemos, de fato não é aquilo tudo, ou também "não está no filme" - o que alegam de Serkis. Caramba, eles premiam "Efeitos especiais", que se trata justamente de manipular a imagem para nos trazer algo incrível, e fazem cu doce para com um cara que atua apenas por outras vias?



E o engraçado, é que em Planeta dos Macacos, ele de fato contracena com os outros atores. James Franco, com quem ele contracena o filme todo, disse algo como ficar assustado com a realidade com que ele interpretava o chimpanzé. E de fato, a atuação é boa.

Não me excedendo mais, eu realmente gostaria de entender toda essa viadagem e falta de visão para quem vai de oposição a estes novos usos da tecnologia para criar novas formas de arte, ou novas características numa já estabelecida. Caramba, o que é isso?! É medo de não se adaptar aos novos tempos e por isso pedir retrocesso?! E os argumento são sempre tão ingênuos e idiotas, que nem dá pra entender porque eles são contras na real. O mundo gira, cacete, e a gente que precisa acompanhar.